Como é possível produzir manga fora de época?

Na quarta Live “DM em Campo”, realizada no dia 2 de abril, os especialistas Conrado Dias e Eduardo Ferraz esclareceram como a fisiologia vegetal pode trazer mais lucro para o produtor. A mediação foi feita pelo gerente de desenvolvimento da Fertiláqua, Deyvid Bueno.

Conrado iniciou a Live explicando o conceito de fisiologia, que nada mais é que, entender os processos e as funções de desenvolvimento da planta. E para isso é preciso compreender essa fisiologia para que seja possível manejar e aplicar conhecimentos técnicos, seja para potencializar ou para mitigar processos fisiológicos. Segundo ele, após muitos anos de estudos por especialistas da área, chegou-se ao nível de entendimento que se direciona a planta para aquilo que se desejar.

Como exemplo foi utilizado o case de sucesso da produção de manga na região do Vale do São Francisco, em Petrolina-PE e Juazeiro-BA, que ocorre durante todo o ano. Isso acontece, pois é possível inibir o crescimento da planta para reduzir seu gasto energético e acumular suas reservas e depois indução da florada uniforme e  fora da época natural de produção, possibilitando a produção de manga em larga escala, todos os meses do ano.

Eduardo Ferraz, consultor e especialista em manga, esclareceu mais pontos sobre essa produção fora de época. Há quase 30 anos trabalhando neste mercado e sendo um dos responsáveis por iniciar os estudos na região, ele contou que a produtividade, nos anos 90 e até início de 2000, era de 15 toneladas por hectare, em média. Hoje, a região trabalha com números de 50 a 58 toneladas por hectare.

“Fizemos diversos mapeamentos da planta, por meio de análise de folha e solo. Monitoramos vários anos, mensalmente, várias parcelas, acompanhando o que acontecia com a planta e íamos calibrando a nutrição em função dessa resposta. Depois de muitos anos, concluímos a curva de absorção de nutrientes. E à medida que utilizávamos os dados, os aperfeiçoávamos também”, contou. Ferraz ainda destacou que passaram a estudar não só a questão de nutrição e dos reguladores e como a fisiologia da planta se comportava, mas também formas e maneiras da planta se tornar mais eficiente com o uso desses recursos.

Outro ponto de destaque para o consultor é em relação à arquitetura da copa. Com a copa aberta, a parte mais baixa da planta ficava mais sombreada, com menor incidência de luz, logo a brotação perdia vigor e, posteriormente, começava a morrer. Quando foi invertido o sentido da poda para uma arquitetura trapezoidal, com faces mais expostas a luz, observou-se o aumento no acúmulo de carboidrato, isto é, energia.

E com essa reserva maior, a planta vai sofrer menos com os estresses e produzir mais frutos. “Plantas bem nutridas e conduzidas têm alta produtividade e se mantém saudável. Esse é o segredo para acabar com a produção bianual: sobrar energia pra reconstituir a planta e fazer uma nova boa safra na sequência”, explicou.

Confira a transmissão completa no nosso canal no Youtube.

Como a fisiologia vegetal pode trazer mais lucro

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